Académica 1-0 Sporting (Marinho 4')A Académica conquistou a presente edição da Taça de Portugal (a segunda vitória na competição, em cinco finais, repetindo o feito alcançado há 73 anos), ao vencer o Sporting, por uma bola a zero. O golo de Marinho logo aos 4m permitiu à Briosa (vai iniciar a próxima época a disputar a Supertaça frente ao FC Porto) desenvolver a sua estratégia (pelo que os estudantes fizeram, e até por aquilo que Edinho falhou, justificaram o triunfo), e pressionar ainda mais um Sporting que nunca conseguiu impor o futebol que apresentou nos últimos jogos (os leões pagaram a factura de pensar desde Fevereiro que este troféu era um dado adquirido, e juntaram à falta de atitude, agressividade e pressão, uma exibição muito fraca). O clube leonino, sem conquistas nos últimos três anos (o último troféu foi a Supertaça, em Agosto de 2008), vêem assim o seu jejum ser agravado e não conseguem "salvar a época" (mais uma temporada sem títulos e onde os leões agravaram o fosso para Braga, Benfica e Porto: com esta equipa o Sporting não ganha o próximo campeonato e se juntarmos a isto o 4º lugar na Liga, o não apuramento para a LC e o consequente encaixe financeiro nulo em relação aos rivais o Verão em Alvalade não vai ser fácil, este encontro teve ainda a ironia de Adrien ter sido o melhor em campo).
Em relação ao encontro, este começou praticamente com o golo da Académica. Logo aos quatro minutos, Marinho cabeceou livre de marcação na pequena área, inaugurando o marcador. Foi um primeiro tempo onde o Sporting teve mais bola, mas sem criar oportunidades de golo, enquanto que a Académica, extremamente personalizada e com confiança reforçada pela vantagem no marcador, geriu perfeitamente os momentos do jogo. No segundo tempo, Sá Pinto mexeu, deixando Elias nos balneários, promovendo a entrada de Izmailov. O início da segunda metade foi o melhor período do jogo, com oportunidades de golo em ambas as balizas. Em dois minutos, Edinho podia ter resolvido desde logo a final, mas mostrou um desacerto total, falhando duas claras ocasiões de golo. O Sporting respondeu com Capel e principalmente Wolfswinkel no entanto o holandês isolado não conseguiu bater o guardião da briosa. Até aos 60 minutos foi um Sporting mais rápido, mais dinâmico. Contudo, com o passar do tempo, a Académica, foi fechando cada vez mais os espaços e os leões apesar de algumas situações ofensivas (Jeffren já nos descontos perdeu a última oportunidade) a verdade é que nunca conseguiram contrariar a coesão defensiva da Briosa. Em suma, uma vitória justa dos estudantes pela maior organização e por ter sido o conjunto que criou as melhores oportunidades.
Destaques
Académica - Um final de temporada em cheio com a permanência e conquista da Taça de Portugal. Os estudantes quebraram um longo jejum e demonstraram ser um conjunto talhado para os jogos "grandes", este ano eliminaram o Porto, derrotaram o Sporting na final, depois de na Liga já terem empatado com leões, águias e dragões.
Sporting - Foi o culminar de uma época a todos os níveis desastrosa. Os leões estiveram perto de ganhar tudo: Taça, Liga Europa e chegar ao objectivo mínimo do 3º lugar, mas a verdade é que acabaram por tudo perder (aliás à semelhança do que aconteceu no Andebol, Futebol de Praia e Futsal - aqui ainda falta a competição interna). Talvez por falta de sorte, talvez por uma falta de um certo hábito de vencer, o que é certo é que em termos de futebol o clube leonino já não vence nada desde 2008 e na próxima época com esta equipa a juntar aos jogadores medíocres que tem emprestados (Pedro Mendes, Salomão, etc...os únicos que escapam são Cédric, Adrien e Aguiar, mas todos para o banco) dificilmente vão quebrar esse jejum. Ou o Verão oferece alguma qualidade em termos de jogadores a Sá Pinto (o Sporting precisa de renovar a defesa com 2 ou 3 elementos, adquirir um extremo, 1 ou 2 avançados, e 1 ou 2 médios), algo que será certamente complicado devido ao não apuramento para a LC, ou o clube leonino corre o risco de aumentar o fosso para Braga, Benfica e Porto.
Pedro Emanuel - Anulou o jogo dos leões e foi o principal responsável pela vitória da Académica. O excesso de anti-jogo é condenável (mas aí a responsabilidade é do árbitro), no entanto o bloco baixo e o explorar das transições ofensivas é uma maneira de abordar o futebol e nesse aspecto a Briosa executou o que tinha planeado na perfeição.
Sá Pinto - Utilizou praticamente o mesmo 11 (à excepção da dupla de centrais) que tinha protagonizado uma boa exibição na última jornada frente ao Braga, mas hoje falhou em vários aspectos. Os leões tiveram pouca atitude, nunca demonstraram ter armas para conseguir contrariar o bloco defensivo da Briosa, e no capítulo das substituições a saída de Elias foi precipitada, Matias fez demasiados minutos e Jeffren pela 3ª vez pouco acrescentou (já nada tinha feito frente ao Bilbao e Porto, e o jogo pedia mais um avançado, neste caso só podia ser Rubio).
Adrien Silva - O melhor elemento em campo. Esteve praticamente em todo o lado e disputou todos os lances como se fosse um jogo de vida ou morte (aliás numa dessas situações lesionou Polga e no desenvolvimento da jogada a Briosa fez o 1-0). Recuperou bolas, foi importante ao nível do passe e nas transições, e encheu o campo. Não deixa de ser irónico que em 2 momentos decisivos da época do Sporting: 1º jogo da Liga e final da Taça, 2 jogadores emprestados pelos leões tenham complicado os objectivos do clube leonino, no campeonato foi Wilson Eduardo).
Rui Patrício - A melhor unidade do Sporting. Com duas/três defesas de grande qualidade (sempre com Edinho pela frente) manteve os leões no jogo.
João Real/Abdoulaye - Exibição competente da dupla de centrais da Académica. Principalmente do senegalês, que foi forte não só no jogo aéreo como nas dobras aos laterais.
João Pereira/Insúa - Partidas fracas e com consequências na manobra ofensiva dos leões. Pouco acrescentaram em termos de profundidade, e o português voltou a estar mais preocupado com as quezílias do que propriamente em desempenhar a sua função (não só não atacou como ainda deu demasiado espaço a Valente no 1-0).
Ricardo - Um dos melhores da Briosa. Várias defesas de bom nível e sempre seguro entre os postes.
Wolfswinkel - Desperdiçou duas boas oportunidades, uma de cabeça e outra quando seguia isolado. A sua falta de eficácia acabou por ser fatal nas aspirações do Sporting.
Diogo Valente/Marinho - Um assistiu e o outro marcou. Cumpriram na missão de tapar as subidas de João Pereira e Insúa, apesar de não terem conseguido esticar o jogo da Briosa.
Capel/Schaars - Os 2 elementos de campo mais esforçados do Sporting. O espanhol voltou a pecar no capítulo do passe (a sua falta de visão de jogo e capacidade de decisão é gritante) mas foi dos que mais correu, já o holandês pareceu sempre ser o elemento leonino mais esclarecido.
Edinho - Mérito na maneira como conseguiu se desmarcar e fugir aos centrais leoninos, mas completamente desastroso ao nível da finalização. Falhou duas situações quando estava completamente sozinho.
Matias - Praticamente toda a equipa leonina esteve mal, mas o chileno foi o reflexo do mau jogo do Sporting. Lento, complicou praticamente todas as jogadas, nunca conseguiu "pegar" no jogo e até surpreendeu os minutos que ficou em campo, já que pouco ou nada estava a acrescentar à partida (logo ele, que devia ter a responsabilidade de provocar desequilíbrios e transportar o jogo da equipa leonina).
Polga/Onyewu - Vários erros, e a prova de que não servem para ser a dupla titular do Sporting na próxima época. O brasileiro há muito que não é uma mais-valia, já o americano a menos que jogue ao lado de um central mais rápido e com outra saída de bola evidencia demasiado as suas lacunas.