O italiano é neste momento o 15º treinador mais bem pago do Mundo, algo que não surpreende, considerando a qualidade do seu trabalho nos diversos clubes por onde passou. Na Roma praticava claramente o melhor futebol do Calcio (era a única transalpina a dar cor aquele futebol cinzento da liga italiana) e no Zenit foi chegar ver e vencer. Cobiçado nos últimos anos pela selecção italiana, pela Juventus, Inter e AC Milan, optou por ficar na Rússia, fruto de nenhum técnico da Série A auferir tanto como Spalleti neste momento. Um treinador inteligente, metódico, que se adapta facilmente às mais diversas realidades e que apesar de não ter ainda um palmarés importante é sem dúvida nenhuma um dos melhores da actualidade. Na sua primeira experiência, foi técnico do Empoli, quando esta equipa se encontrava na Série C1. De forma superior, levou este pequeno conjunto em dificuldades à série A em apenas dois anos, mostrando desde cedo que era um treinador talhado a voos mais altos. Daí ter levado a Udinese a quarto lugar histórico e consequente classificação para a Liga dos Campeões. Depois, como treinador da Roma, foi eleito o melhor treinador da Serie A de 2006, ano em que levou os Giallorossi do 15º até ao 5º lugar. Favorecendo sempre o 4-2-3-1, sem nenhum avançado de raíz (Totti era o escolhido), Spalletti conquistou ainda duas Taças de Itália e uma Supertaça italiana. Hoje em dia, está aventurado na Rússia, onde deu de pronto 2 campeonatos ao Zenit (clube que nos últimos 18 só por uma vez tinha sido campeão) e fez do clube de São Petersburgo o mais forte da Rússia na actualidade (algo que numa Liga onde vários magnatas investem milhões e há uma limitação de estrangeiros, não é proeza fácil). Fazendo passar a sua mentalidade de defender bem acima de tudo (isso ficou bem patente no Estádio do Dragão e no Estádio da Luz) e de aproveitar o factor casa, é em termos tácticos que este Zenit se distingue da concorrência (poucas são as equipas na actualidade com a cultura táctica dos russos) e consegue ir levando a água ao seu moinho. Conseguirá Spaletti levar este Zenit a um lugar entre os 4 melhores da Liga dos Campeões num futuro próximo? Considerando todas as estrelas que actuam neste momento no campeonato russo, caso a Super-Liga Russa não estivesse condicionada pelas questões climatéricas e numa zona tão periférica em relação ao centro da Europa, seria neste momento um das 5 Ligas mais fortes da actualidade? Deveria o campeonato português copiar o modelo russo de só poder utilizar no 11 inicial 6 estrangeiros? Como sabem, o VM não defende uma medida tão radical, mas acredita que uma regra 4+7 (ler aqui) iria beneficiar em muito o jogador português.
P. Pinto