É chegar, ver e vencer. Sem dúvida a melhor maneira de definir Mourinho. Seja pela ambição, maneira como estuda os adversários, determinação, inteligência, sentido pragmático, discurso para dentro e para fora, capacidade em contrariar os egos e potenciar ao máximo os seus grupos de trabalho, a verdade é que Mou acaba sempre por sair como vencedor por onde passa.
Conquistou tudo o que havia para ganhar em Portugal, levando inclusivamente o FC Porto a patamares que se julgavam impossíveis (fazer com que um clube português vença a Liga dos Campeões, lutando contra orçamentos infinitamente superiores é uma proeza fantástica). O nosso país tornou-se portanto demasiado pequeno para os seus sonhos, a sua vontade de vencer, o seu ego. Os milhões de Roman Abramovich, permitiram que rumasse a Londres, a um Chelsea sedento de vitórias, onde cinquenta anos depois devolveu a Premier League aos adeptos dos blues. Seguiu depois para Itália, rumo a uma das capitais da moda, Milão. E lá, voltou a ser o rei. Ao serviço do Inter, mais uma consagração europeia na Liga dos Campeões, 45 anos depois (Massimo Moratti era ainda um menino!) da última conquista dos nerazzurri, à qual acrescentou todos os troféus internos. Com uma ambição desmedida, José queria mais, e chegou então aquele que pode ser considerado o maior desafio da sua carreira até ao momento. Com fama (excessiva) de "cemitério de treinadores", ao aceitar o convite feito por Florentino Perez, José Mourinho iria também ter pela frente o maior "papão" da história do futebol mundial, o Barcelona de Josep Guardiola.
E se na primeira temporada as coisas nem sempre correram bem (os pesados 5-0 em Camp Nou representam a maior derrota da sua carreira), a conquista da Taça do Rei foi importante para a mensagem interna, de que o projecto escalonado estava no caminho correcto. E assim se comprovou. Esta época foi campeão com 9 pontos de vantagem para os catalães, estabelecendo um número recorde de pontos (100) e de golos marcados (121), em La Liga. Pela primeira vez Mourinho foi ganhar a Camp Nou, vitória preponderante na recta final da competição. A tudo isso acrescentou uma boa campanha na Taça do Rei, onde apenas foi eliminado nas meias finais pelos blaugrana (o empate a duas bolas em Camp Nou, na 2ª mão, havia sido até então o melhor jogo dos merengues frente ao seu maior rival), bem como um bom desempenho na Liga dos Campeões, onde apenas foi afastado pelo Bayern, nas meias finais da competição, e na injusta lotaria das grandes penalidades. Após os campeonatos português, inglês e italiano, Mourinho acrescentou agora o espanhol (único treinador no mundo a ganhar em Inglaterra, Itália e Espanha). Depois de "The Special One", de "Il Speciale", o técnico português é agora..."El Especial"! E se tivermos em conta a saída de Guardiola (não pode nunca ser considerada sequer como uma vitória de José Mourinho, são dois assuntos completamente distintos), que era claramente o homem certo no lugar certo, o projecto de Mourinho no Real Madrid cada vez mais é sinónimo de sucesso. Estamos perante o melhor treinador de todos os tempos? Algum dia teremos Mourinho como seleccionador nacional?
A. Carvalho
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