Nos últimos anos, a UEFA tem tentado levar as suas competições (incluindo as camadas jovens e o futsal) até regiões mais periféricas (o facto de Michel Platini pretender candidatar-se à presidência da FIFA estará seguramente relacionado com esta questão, bem como o alargamento de 16 para 24 selecções já no próximo Euro). Contudo, muitas vezes os países não têm capacidade (até pelas características de alguns povos) para acolher eventos de grande dimensão, o que faz com que aconteçam diversos problemas.
Os atrasos nas obras dos estádios (6 em 8 não estão completos) são comuns aos dois países, algo que a pouquíssimos dias do início da prova deixa logo no ar a ideia de incapacidade em termos organizativos. Mas o que mais tem preocupado o mundo do futebol são questões de ordem ética. Na Polónia e na Ucrânia, as situações de racismo e xenofobia (saudações nazis e cânticos antissemitas) são bastante frequentes, com diversos exemplos que em nada dignificam os dois países (ainda recentemente, aquando da deslocação dos adeptos do Legia a Lisboa, foi visível este tipo de atitudes - havia inclusive uma tarja que dizia "White Power"). Violência gratuita (recentemente um grupo de alunos asiáticos foi agredido em Kharkiv, uma das cidades do Euro 2012 e onde Portugal defrontará a Holanda), insultos a jogadores negros por parte dos adeptos (Sol Campbell fez um apelo para que os ingleses não se deslocassem até ao leste europeu, pois "arriscam-se a voltar num caixão"), entre muitos outros casos de tremenda gravidade.
No entanto, o que mais tem chocado não só os amantes do futebol, como toda a comunidade no geral, foi a ordem do presidente ucraniano (dada no final do ano passado às forças policiais) para matar todos os animais de rua, com o objectivo de "dar uma melhor imagem do país". Calcula-se que tenham sido mortos cerca de 60 mil cães e gatos, um número que assusta e que coloca este caso num patamar de escândalo. Ao tomar esta atitude, o líder do país de leste está a ser mais irracional que todos os animais irracionais do mundo.
Falta de bom senso da UEFA em atribuir a prova a estes dois países? Considerando os vários problemas que há por resolver, conseguirão a Polónia e a Ucrânia acolher da melhor forma a competição e os adeptos? Com o alargamento de 16 para 24 selecções, poderemos ter o Euro em países como o Azerbaijão ou Arménia num futuro próximo?