
Também já com duas experiências em clubes do Oriente (jogou no Qatar e nos Emirados Árabes Unidos), João Tomás encontrou na calma cidade de Vila do Conde, o local perfeito para o seu final de carreira. No Rio Ave desde a temporada 2009/2010 (com uma breve passagem pelo Al Sharjah nesse mesmo ano), João Tomás apontou 16 golos na última edição da Liga, marca que lhe permitiu igualar a sua melhor época, no Benfica, em 2000/2001, e superar em um golo, as edições de 2004/05 e de 2005/06, quando vestia a camisola do SC Braga. Melhor marcador português da Liga no ano transacto, os seus 8 golos nesta temporada, permitem-lhe também ser, até à data, o número 1, entre os goleadores portugueses. Pegando numa discussão que já não é nova, mas numa década onde as opções para a posição na selecção portuguesa sempre foram escassas, fazendo uma retrospectiva ao percurso do jogador, João Tomás merecia bem mais que as 4 internacionalizações que apenas possui (tendo em conta que Edinho, um avançado de qualidade inferior, esteve presente em algumas convocatórias). "Velhos são os trapos", pensará João Tomás de cada vez que faz balançar as redes adversárias, numa altura em que se encontra a marcar os últimos golos de uma carreira...que merecia outro reconhecimento. Na sua opinião, as capacidades de João Tomás foram mal aproveitadas pela selecção portuguesa? Como explica, que o melhor marcador português não faça parte de nenhuma convocatória, ainda para mais quando as opções para a posição são escassas? Considera que o BI pesou na altura das decisões de Carlos Queiroz, e agora de Paulo Bento? E até que ponto o facto de João Tomás continuar a ser o melhor marcador português é demonstrativo de que algo tem de mudar no futebol nacional, caso não queiramos assistir a uma selecção portuguesa de 2ª linha num futuro próximo?
A. Carvalho