Wednesday, April 25, 2012

Bayern elimina o Real Madrid nos penaltis e junta-se ao Chelsea na final da Liga dos Campeões; Bis de Ronaldo foi insuficiente para travar um conjunto alemão superior

Real Madrid 2-1 (1-3 nas g.p.) Bayern Munique (Cristiano Ronaldo 6´g.p. e 14´; Robben 27´ g.p.)

Bayern Munique e Chelsea vão disputar no próximo dia 19 de Maio a final da Liga dos Campeões, depois de deixaram os 2 grandes espanhóis pelo caminho. A final idealizada por Michel Platini ficou "em banho maria", ao passo que os alemães vão disputar a 9ª final da Liga dos Campeões da sua história. Pelo que ambos os conjuntos fizeram nas duas mãos, o resultado ajusta-se, pois o Bayern foi quase sempre superior ao Real Madrid.

A partida de Madrid começou num ritmo intenso e com um Real bastante eficaz. Alaba cometeu uma grande penalidade logo a abrir, que Cristiano Ronaldo não desperdiçou. A resposta do Bayern foi pronta, com Robben a falhar um golo na pequena área (à semelhança do que fez frente ao Dortmund para a Bundesliga) e Ribery a permitir um corte de Xabi Alonso, quando estava em boa posição para marcar golo. Pouco tempo depois, Cristiano Ronaldo voltou a facturar, aproveitando da melhor maneira uma assistência de Ozil. Os merengues tinham ganho uma importante vantagem, contudo, não a souberam gerir da melhor forma. O Bayern teve engenho para dominar o encontro e chegar ao golo que empatou a eliminatória. Pepe agarrou Gomez dentro da área, com Robben a bater Casillas. Benzema podia ter feito o 3-1 para o Real, pouco tempo depois (remate perto do poste), mas foi o Bayern a controlar o encontro até ao intervalo. Gomez obrigou Iker a aplicar-se e, mesmo em cima dos 45 minutos, Robben bateu um livre frontal, para nova intervenção de qualidade do nº1 da selecção espanhola.

O segundo tempo foi menos intenso, com mais calculismo de parte a parte, mas quase sempre com o Bayern sobre o meio campo do Real. Os bávaros foram mais perigosos, mas tiveram em Mario Gomez um avançado desinspirado (o alemão podia ter definido melhor vários lances de ataque). O Real só espreitou a baliza de Neuer a espaços, mas sem colocar em causa o marcador. Perto do final dos 90 minutos, Gomez teve nos pés a melhor ocasião da partida, mas, inexplicavelmente, tentou driblar a defesa do Real, quando se exigia um remate de primeira. No prolongamento, o Real esteve mais fresco sobre o terreno de jogo, mas não conseguiu criar perigo, ao passo que o Bayern não teve forças para incomodar Casillas. Nas grandes penalidades, Cristiano Ronaldo e Kaká permitiram a defesa de Neuer, enquanto que Sergio Ramos atirou por cima (Xabi Alonso foi o único a enganar Neuer). Do lado do Bayern, Alaba, Gomez e Schweinsteiger não desperdiçaram, enquanto que Casillas defendeu os penalties de Kroos e Lahm.

Destaques:
- Com a final entre Bayern e Chelsea, não teremos em campo nenhuma equipa que se vai sagrar campeã no seu país.
- A final entre Bayern e Chelsea estaria longe da mente dos apostadores, mas a verdade é que o VM afirmou em Setembro que para além de Barcelona e Real Madrid, os bávaros e os blues apareciam no lote dos principais favoritos a erguer o troféu.
- O Real Madrid não existiu como equipa, pelo que, em termos individuais, o destaque vai para Casillas, Marcelo e Ronaldo (únicas exibições positivas). O guardião esteve a bom nível durante o jogo e nos penaltis, o lateral esquerdo foi forte nos duelos com Robben e ainda espalhou técnica, enquanto que o português bisou e foi claramente o mais activo dos 4 elementos da frente. Di Maria (uma nulidade), Kaká (percebe-se porque joga tão poucos minutos, o seu excesso de individualismo prejudicou o conjunto), Sérgio Ramos (nos últimos jogos tem somado erros infantis) estiveram em evidência pela negativa.
- Em termos colectivos: Equipa cansada, sem capacidade de pressão (o meio campo voltou a falhar num jogo "grande", algo normal para Khedira e Xabi Alonso), e mais um jogo em que fica provado que este conjunto merengue é a equipa de Mourinho que pior defende (já tínhamos abordado este assunto várias vezes, ler aqui. Apesar do registo goleador do Real, a verdade é que as oportunidades de golo que concede ao adversário são uma novidade negativa na carreira do Special One.
 - Cristiano Ronaldo: 10 golos em 10 jogos na LC, ao todo são já 56 em 51 encontros esta época só ao serviço do Real. Bisou, falhou no duelo das penalidades, mas ainda está na pole-position para vencer a Bola de Ouro (a chegada à final teria ajudado, agora precisa de um Euro 2012 digno...em caso de "apagão" perde a vantagem que leva neste momento em relação a Messi).
- Chelsea: Mais tarde iremos analisar de maneira mais pertinente a final, mas não somos apologistas do "são favas contadas" para o Bayern devido a actuarem em casa e por não jogarem na final jogadores como o Meireles, Terry, Ramires e Ivanovic. Um 11 com: Cech, Bosingwa, Cole, David Luiz, Cahill, Mikel, Lampard, Mata, Sturridge, Drogba e Torres apresenta condições para bater qualquer adversário, ainda para mais quando no banco podem estar elementos como Kalou, Essien e Malouda.
- Ribery/Robben: O francês foi decisivo na 1ª mão, o holandês (não fazendo uma super-exibição) foi um elemento muito activo na 2ª mão. Candidatos à Bola de Ouro caso a França ou a Holanda vençam o Europeu?
- Bayern em termos colectivos: Uma consistência defensiva notável, uma capacidade de pressão e agressividade no meio campo impressionante e como resultado disso um domínio quase total da partida.
- Bayern em termos individuais: Boateng e Badstuber foram uma dupla intransponível, Luiz Gustavo (apesar do excesso de faltas que fez) foi importante nos equilíbrios, Kroos foi o melhor em campo, jogou e fez jogar com a sua qualidade técnica e de passe (vai complicar Low na selecção), Robben conseguiu desequilibrar, Gomez foi demasiado perdulário, Ribery esteve aquém do que fez na 1ª mão, Schweinsteiger correu km mas ainda não está ao nível de 2010.
- Para a final de Munique, o Bayern não vai poder contar com Luiz Gustavo, Alaba e Badstuber. 
- José Mourinho: Errou na 1ª mão nas substituições e hoje voltou a fazer o mesmo. A equipa precisava de mais frescura desde início (Granero e Higuain deviam ter sido opção) e mesmo ao nível do banco demorou nas substituições (Di Maria estava a ser uma nulidade). Por último, este futebol merengue à base de transições rápidas acaba por ser muito dependente do momento físico da equipa (os merengues fazem pouca posse de bola e hoje, quando as pernas falharam, não conseguiram contrariar os acontecimentos).
- Não vai ser em 2012 que o Real vai chegar à 10ª Liga dos Campeões, nem Mourinho conquistar pela 3ª vez e pelo 3º clube diferente o troféu de clubes mais importante da Europa.